5 artistas femininas que revolucionaram o mercado da arte

Por muito tempo, a figura da mulher foi invisibilizada em diversos ambientes, sendo um deles a arte. Mas elas lutaram por seu espaço em meio a imensas dificuldades impostas por conjunturas históricas, econômicas e sociais e conseguiram triunfar e ocupar espaços nunca antes imaginados. 

No mês das mulheres, é mais do que importante ressaltar a grande contribuição que diversas artistas femininas tiveram na história. Separamos 5 mulheres que deixaram sua marca nas artes, cujas histórias e trabalho você precisa conhecer: 


Anita Malfatti (1889 - 1964)

Anita Malfatti 

Filha de imigrantes, Anita Malfatti iniciou bem jovem o aprendizado em artes, fortemente influenciada pela mãe, Bety Malfatti, que pintava e desenhava.

Aos 20 anos, teve o primeiro contato com a arte expressionista alemã, quando foi para Berlim e frequentou a Academia Real de Belas Artes. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1914, em São Paulo. Os retratos eram clássicos, mas as cores já eram usadas de modo mais expressivo. 

Na Semana de Arte Moderna, Anita expôs telas mostradas em uma exposição em 1917 junto com novos trabalhos e foi considerada por Sérgio Milliet a maior artista da exposição. Um ano antes de falecer, Anita ganhou uma retrospectiva de seu trabalho na 7ª Bienal Internacional de São Paulo.

Principais obras: 

  • O Farol (1915);

  • A Boba (1915-16);

  • A estudante (1916);

  • Tropical (1917);

  • A Onda (1917).



Tarsila do Amaral (1886 - 1973)

Tarsila do Amaral

Falar de Tarsila do Amaral é falar do movimento modernista brasileiro. Considerada um dos nomes mais fortes do Modernismo, Tarsila do Amaral começou a pintar em Barcelona, na Espanha, onde concluiu seus estudos. 

Estudou escultura, desenho e pintura em São Paulo. Em 1920, Tarsila embarcou para Paris, com o objetivo de estudar na Académie Julian. Enquanto vivia por lá, escreveu em carta: "Quero ser a pintora do meu país". 

Assim, dois anos depois, regressa ao Brasil para atuar entre o grupo modernista, juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia, e torna-se “a cara” do Modernismo. 

Curiosidade: seu quadro “A Caipirinha” é a obra de arte mais cara a ser leiloada na história do Brasil.

Principais obras: 

  • Abaporu (1928);

  • Antropofagia (1929);

  • Operários (1933);

  • A negra (1923);

  • Retrato de Oswald de Andrade (1922);

  • Segunda Classe (1933);

  • Costureiras (1936);

  • Autorretrato (1923); 

  • A Cuca (1924). 



Frida Kahlo (1907-1954)

Frida Kahlo

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu na vila de Coyoacán, no México, em 1907. É considerada por alguns como uma artista que fez parte do Surrealismo - porém, a própria Frida negava que era surrealista, pois dizia que não pintava sonhos, mas sua própria realidade.

Aos 18, sofreu um grave acidente de ônibus que a deixou um longo período no hospital. Apesar de deprimida e incapacitada de andar, Frida passou a pintar sua imagem, com um espelho pendurado na sua frente e um cavalete adaptado para que pudesse pintar deitada. Dizia: “Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?

Recuperada, Frida passa a estudar desenho e modelagem na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México. Em 1928, filiou-se ao Partido Comunista Mexicano, onde conheceu Diego Rivera, um importante pintor do “Muralismo Mexicano”.

É considerada até hoje como uma das maiores pintoras do século XX e símbolo do poder feminino. Seu rosto estampa milhares de quadros, camisetas, canecas, cadernos e por aí vai. 

Principais obras: 

  • Autorretrato com Um Vestido de Veludo (1926);

  • Retrato de Minha Irmã Cristina (1928);

  • O Ônibus (1929);

  • Frida e a Cesárea (1931);

  • Meu Nascimento (1932);

  • Hospital Henry Ford (1932);

  • As Duas Fridas (1939);

  • Diego em Meu Pensamento (1943);

  • Autorretrato de Cabelos Soltos (1944);

  • A Coluna Partida (1944);

  • Autorretrato com Macaco (1945);

  • Viva a Vida (1954).



Lygia Clark (1920 - 1988)

Lygia Clark 

Lygia Clark é conhecida e lembrada por seu impacto em diversos movimentos da história da arte, além de ser pioneira na arte participativa. Durante o início de sua carreira, na década de 1950, produziu pinturas geométricas baseadas em sistemas e esculturas de influência construtiva. 

Na década de 1960, seu trabalho deu uma guinada conceitual quando ela começou a criar objetos efêmeros e mutáveis. Pouco depois, fundou o movimento Neo-Concreto, quando criou seus icônicos “Bichos”, esculturas articuladas de metal que convidavam os espectadores a participar e interagir. 

Ao tirar suas obras da parede e lançá-las no espaço e no corpo, Lygia deu um passo sem volta na arte, tornando o espectador “co-autor e sujeito de uma transformação”.

Mesmo tendo revolucionado a história da arte, Lygia se denominava uma “não-artista”. 

Principais obras: 

  • Casulos (1959);

  • Bichos (1960);

  • Trepantes (1963);

  • Caminhando (1964);

  • Máscaras sensoriais (1967);

  • Luvas Sensoriais (1968);

  • Roupa-Corpo-Roupa (1967);

  • A Casa É o Corpo: Labirinto (1968);

  • Diálogo: óculos (1968);

  • Túnel (1973).




Tomie Ohtake (1913-2015)

Tomie Ohtake

Fundamental na história da abstração brasileira, Tomie Ohtake foi uma pintora, gravadora e escultora que investigou os aspectos formais, temporais e espirituais da cor, da forma e do gesto, criando um corpo de obra extraordinário ao longo de seis décadas. 

Nascida no Japão, veio visitar seu irmão no Brasil em 1936 e não pôde voltar, devido à 2ª Guerra Mundial. Encantou-se com a luminosidade tropical única do nosso país e percebeu que aqui teria maior liberdade criativa do que no Japão, como artista e mulher. Em 1975, afirmou: “Meu trabalho é ocidental, mas tem grande influência japonesa, um reflexo da minha criação”. 

Tomie era ligada a diversos artistas, o que a colocou numa trajetória artística singular, sem ter que se alinhar a uma abordagem artística específica. 

Em novembro de 2001, foi inaugurada uma instituição em seu nome, o Instituto Tomie Ohtake, um dos raros espaços da cidade de São Paulo especialmente projetado para realizar mostras de artes plásticas, arquitetura e design

Principais obras: 

  • Painel na lateral interna no Auditório do Memorial da América Latina (1990);

  • Escultura em concreto armado (1998); 

  • Escultura em frente ao Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (MUMA); 

  • Parque do Emissário Submarino (2008);

  • Monumento ao Trabalhador (2013).




Esses são apenas alguns dos grandes nomes femininos da arte. Que possamos apreciá-las, não somente no mês da mulher, para que muitas outras artistas mulheres possam surgir. A arte também é coisa de mulher!



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